Blog dedicado à História Judaica Moderna ou Contemporânea - o que as escolas não ensinam.

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O Likud Brasil não é um partido político. É uma associação voluntária de amigos do partido Likud de Israel, o partido do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, que governa o Estado Judeu, o Estado de Israel.

outubro 14, 2024

Sucot 1916 no Império Russo



Sucot em 1916 no Império Russo. Apesar de mais de 4 milhões de judeus habitarem o Pale (zona tampão entre o Império Russo e o Império Austro-Húngaro) criado em 1790, poucas fotos existem dessa presença a partir de meados do século 19 quando a fotografia já existia. No Pale foi criada a vila judaica denominada Shtetel (literalmente, pequena cidade, em ídishe).

Em russo, o “Pale of Settlement” era “cherta postoiannogo zhitel’stva evreev” (zona de residência permanente de judeus). Portanto, para qualquer judeu que viveu lá, o termo “pale” é absolutamente desconhecido. E todos os judeus do Império Russo foram obrigados a se deslocarem para lá. Seus shtetels tinham autonomia completa.

Mapa do Pale em sua maior extensão

Pale, apesar do nome, é apenas uma designação de convenção cartográfica do Império Britânico e nada tem a ver com o termo “palestina” criado pelos romanos no século 2. Deriva do latin “palus”, estaca, com um conceito ampliado para “zona cercada” por cerca ou fronteiras.

O que teria esta foto a ver com Sucot? Ela mostra a Rua Seppl, uma das ruas judaicas da cidade de Ivanovo (a capital da indústria textil do Império Russo). A cidade é conhecida por Yanov, em ídiche. No geral, dado o número de mulheres empregadas na indústria, também era conhecida como “Cidade das Noivas”. Hoje está localizada na Bielorrússia, perto de Pinsk.

A foto é de uma série, tirada como propaganda de guerra, pelas tropas austríacas que tinham invadido o território russo e avançavam já pelo segundo ano da Primeira Guerra Mundial e é datada no original, tendo sido publicada tanto num livreto austríaco como em cartão postal.

Pode-se ver casas com parte do teto que se abre. Apesar de perdido na história esse era um sistema utilizado por judeus na Europa Central e Império Russo, especificamente para Sucot. Fazer a sucá fora de casa em temperaturas como a de hoje (15/out/2024) variando de zero a 9 graus centígrados, nos próximos dias já chegando a -2 graus é algo que não acontecia. Então, criaram um sistema para montar a sucá dentro de casa, abrindo o teto quando era possível, e fechando quando necessário. Refeição na sucá sob frio gélido é algo que não conhecemos.

Existe ainda outra característica curiosa na foto e é preciso olhar com mais atenção. Há uma vala cavada na frente das casas da direita. De fato, é uma trincheira, um abrigo para os civis se protegerem de tiros durante combate. Mas as tropas austríacas entraram em Ivanovo sem combate.

A foto era apenas de uma rua ruim, enlameada, que os austríacos utilizaram como se fosse a característica de cidade de Ivanovo, e não apenas uma rua de moradia na periferia. Mas, sem intenção, nos legaram um momento histórico único e precioso.

por José Roitberg - jornalista e pesquisador

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agosto 26, 2024

1967 demolição do Bairro Marroquino em Jerusalém


Na semana retrasada prometemos as imagens da demolição do Bairro Marroquino em Jerusalém para liberar o acesso dos judeus ao Kotel. Temos a certeza de que você nunca viu. Compilamos todos os trechos de filmes que mostram aqueles 10 dias após a libertação de Jerusalém na Guerra dos Seis Dias. O principal do trabalho foi realizado em apenas oito dias por 15 empreiteiros. Essa compilação inclui filmes de câmeras particulares de 8 mm, todavia coloridos. É um documento histórico único. É provável que existam mais filmes, mas não os encontramos.


por José Roitberg - jornalista e pesquisador

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agosto 13, 2024

1920 filme com judeus no Kotel e Jerusalém


Na época do cinema mudo, a Kodak, fabricante de filmes e câmeras produzia um noticiário mensal de cinema sobre as cidades do mundo. Temos 7 minutos de filmagens em Jerusalém, no ano de 1920, um minuto só de judeus no Kotel. Documento raro. Colocamos áudio pra não ficar em silêncio. Nos cinemas, era acompanhado por pianista ao vivo.

por José Roitberg - jornalista e pesquisador

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agosto 07, 2024

15 de junho de 1967 aberta a Praça do Kotel



No dia 15 de junho de 1967 o governo abriu ao público a Praça do Kotel, antes mesmo de toda a demolição do Bairro Marroquino terminar. À direita na foto, pode-se ver dois tratores e à frente deles, ainda um prédio a ser removido. Mas pelo lado esquerdo deste prédio as pessoas já podiam ir diretamente até o Kotel, deixando de existir o corredor imposto pelo Império Otomano no final do século 16. Veja a imagem maior e guarde com você. Esta é histórica e esquecida. No dia 7 de junho as FDI expulsaram as tropas da Jordânia e no dia 15 de junho os cidadãos israelenses já podiam visitar o Kotel. Jerusalém é nossa para sempre!

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agosto 06, 2024

Sucot em 1900 no Marrocos



Cartão postal do ano de 1900, publicado em Berlim, mostra uma vista dos terraços de parte da cidade de Mazagan (atualmente el Jadida), no litoral do Marrocos, a 90 km da capital.

A legenda em alemão diz "Mazagan durante a Festa dos Tabernáculos", a festa de Sucot. E vemos três 'sucás' erguidas em terraços de casas de judeus. Isso nos permite constatar como era mantida a tradição das refeições na sucá em cidades antigas, com construções encostadas e ruas estreitas.

Mazagan era uma fortificação e possessão portuguesa de meados do século 15 até o século 18. Depois da expulsão dos judeus de Portugal em 1496 é improvável que tenham ido para lá, mas se estabeleceram em outras cidades muçulmanas do litoral marroquino.

A presença judaica em Mazagan deve ser posterior a retirada dos portugueses, pois a proibição da presença de judeus em terras do Império Português só foi revogada por D. João VI, quando o Rio de Janeiro se tornou a capital imperial.

"A professora Maria Luiza Tucci Carneiro lembra que a chegada da família real de D. João VI ao Brasil, em 1808, e a assinatura de vários tratados de imigração entre países, em 1810 e 1926, garantiram a oportunidade de negócios e a liberdade de religião aos imigrantes. Nesta época, os estrangeiros podiam se envolver com o comércio de exportação e importação, com a possibilidade de obterem a cidadania brasileira.

Com a independência do Brasil de Portugal, em 1822, e a promulgação da Constituição de 1824, os imigrantes judeus não tinham restrições de ordem religiosa, desde que exercessem seus credos em ambientes domésticos. O artigo 5 estabelecia que a religião católica apostólica romana continuaria a ser a religião do Império, porém, todas as outras religiões seriam permitidas, em culto particular." (Jornal da USP 04/03/2022).

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